Eu conhe?o a dor, inquieta, torturadora, que machuca a alma. Ver e n?o ter; ouvir, e saber que n?o existimos. Eu conhe?o essa dor.
Allenda sentiu a terra tremer e sumir sob seus pés. Uivo se aproximava. De soslaio viu que Adanu puxava Tenebe e se afastavam. Isso n?o importava. Todos seus sentidos estavam postos em Uivo, mesmo que n?o o olhasse diretamente.
Assim que Uivo estava bem próximo Allenda o encarou, os olhos tranquilos, a face levemente avermelhada, as tatuagens um pouco denunciadas.
- Achei que ia para o Oeste. Mudou de vontade?
- N?o, n?o mudei. Eu só estou de passagem – avisou. – Queria confirmar como... como todos est?o... e...
- é, ... Todos est?o bem... Quero dizer, acho que est?o – falou, se esfor?ando em parecer um pouco normal.
- Ah, que bom... – falou, trocando a perna de apoio, os bra?os meio que abandonados.
- Sim, isso é bom... – sorriu, adorando vê-lo procurar alguma justificativa para ter vindo vê-la.
- E você? Quero dizer, você vai ficar bem?
- Ah, eu??? H?... Sim... UE...
Allenda se calou e se apressou até ele, se aconchegando em Uivo quando ele a puxou. Aninhada ali se esqueceu, se deixou esquecer de tudo, e pouca importancia deu aos sorrisos dos amigos e do pai, que os observavam agora sem disfarces. Eles estavam felizes, percebeu, e seu cora??o se encheu.
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Por um bom tempo ficaram assim, esquecidos de qualquer coisa. Ent?o Uivo afastou o rosto, e seus olhos eram os mais bonitos que já vira.
Uivo a observou com cuidado, o cora??o espremido, a alma espalhada, ensolarada.
> Sabe que ainda temos um longo caminho pela frente, n?o sabe? – Allenda falou, os olhos agora sérios encarando-o.
- Claro que sim – confirmou se afastando, examinando-a com carinho. – Vamos juntos por esse caminho, Allenda, e tudo vai ficar bem – sorriu satisfeito.
- Vi você subindo no céu como dem?nio. Como foi com ele? – perguntou.
- Bem,... Eu estou progredindo. Acho! Ao menos eu consegui algum controle sobre a raiva que ele traz junto, com a raiva de que é feito. Amor, lembra? O rosto... – sorriu satisfeito. – Estou cheio de armas.
Allenda n?o teve como n?o rir.
- Ah, tomara, Uivo. UE...
Allenda parou, sondando o horizonte, tal como Uivo.
- Sentiu? - perguntou Uivo.
- Sim... S?o dois, e parecem estranhos. N?o os reconhe?o.
- Também n?o, e eles n?o est?o fazendo for?a para se esconderem. Vou ver o que s?o.
- Vou com você...
- Prefiro que n?o, Allenda – recusou com carinho. - Essa regi?o é muito estranha, diferente. é melhor que a comitiva continue junta. Além do mais, esses dois n?o parecem inimigos. N?o dá para saber se est?o apenas curiosos ou se pretendem pedir para se unir à comitiva. Apenas vou olhar.
- Está bem, Uivo. Que o Trov?o caminhe ao seu lado - desejou ela. – Akindará, Uivo.
Uivo apenas sorriu. Com suavidade passou os dedos pelo seu rosto.
Ent?o a puxou, num beijo longo que fez seu cora??o pulsar mais forte.
Afastou o rosto do dela, a felicidade brilhando em todo seu ser.
Tomado de um pouco de pressa a soltou e se virou já totalmente pumacaya, partindo rapidamente, a vontade posta no horizonte.
> E que o trov?o te agracie com vitórias sobre seu dem?nio – Allenda desejou, se voltando para alertar a comitiva dos seres estranhos que sentira e que Uivo partira para verificar.