Capítulo 11: orgulho quase sempre causa o preconceito.

  — Para o tolo, qualquer coisa é humilha??o; para o inteligente, quase tudo é aprendizado; e para o sábio, tudo é uma vida inteira de experiências e metáforas.

  Ao ouvir aquilo, Aria sorriu. Aparentemente satisfeita; por mais que, no momento, a posi??o dela fosse inferior a minha, e a hierarquia estivesse estranha — ao menos para ela, n?o para mim —, ela alegrou-se ao perceber que n?o seria apenas um mero escravo com informa??es úteis.

  “Acordo feito.”

  “ótimo.”

  Depois dessa breve conversa, devorei o coelho que outrora cacei.

  “O que é isso…?”

  Comecei a sentir uma energia estranha; como se come?asse a perceber cada forma geométrica ao meu redor. Meu corpo também come?ou a gera e fluir lentamente pelo sangue em minhas veias algo que eu n?o pude entender, nem mesmo identificar.

  é mana. Eu teria absorvido alguma habilidade do coelho?

  Fechei meus olhos e comecei a imaginar as partículas de mana e sua composi??o (curiosamente, elas lembravam átomos, mas ao mesmo tempo, diferentes), tentei manipulá-las; desejei que as partículas de mana que eu soltei no ar esquentassem, e ela de fato esquentou, e depois disso, se tornou fogo.

  “...?!”

  Aria, estupefata, me olhou com os olhos arregalados e com a boca quase caindo no ch?o.

  “O que foi?”

  “Como… como você conseguiu usar magia?! Você apenas n?o podia usar néctar, qi e nonsense?”

  “N?o fa?o ideia.”

  Informar Aria sobre todas as minhas habilidades n?o é vantajoso para mim, pois n?o estamos em uma rela??o normal de professor e aluno, e sim de coopera??o, todavia, eu tenho que coletar o máximo de informa??es que eu consegui das habilidades das quais ela conhece.

  “Aria, poderia me explicar que tipo de energia é essa?”

  “Mana… mana.”

  “Mana?”

  Perguntei para Aria, que parecia levemente irritada.

  ária continuou a explica??o… se é que a primeira resposta dela poderia ser chamada de explica??o.

  “Mana é isso aí... Você consegue ver as pequenas partículas... ou ao menos sentir elas?”

  “Consigo ver e sentir..”

  “Impossível!”

  ária quase gritou. N?o entendi o porquê da rea??o dela. Provavelmente é porque controlar mana é difícil, e estou fazendo isso de maneira mais fácil.

  Tentei fazer uma bola de fogo maior, mas n?o importa o quanto eu tentasse, n?o conseguia aumentar.

  “Por que é assim?”

  ária se acalmou, e come?ou a me explicar.

  “Sua quantidade de mana é pequena, e sua for?a mental n?o é o suficiente para magias maiores.”

  If you spot this story on Amazon, know that it has been stolen. Report the violation.

  “Entendo. Poderia me explicar como aumentá-la?”

  “Sim; você deve gastar toda sua mana, e depois meditar. Repetindo esses processos todos os dias, sua reserva de mana irá aumentar.”

  “Obrigado.”

  Dediquei novamente minha aten??o à mana. Tentei controlá-la, e consegui amontoar uma quantidade o suficiente ao ponto de formarem uma pequena bola de mana visível a olho nú.

  Aquela bola tinha o tamanho da minha m?o.

  “.... Caralho…!”

  Aria ficou chocada. Consegui controlar mana a esse nível sendo um iniciante é t?o raro assim? Impossível; eu absorver esta habilidade daquele coelho, e seria muito estranho que eu herdasse uma habilidade de controle de mana deste nível de um mero animal de pequeno porte. Ou será que aquele coelho tinha alguma linhagem sanguínea escondida? Nunca saberei; n?o há nenhuma sistema me informando de nada.

  Transformei a bola de mana em água, e depois, em vento.

  “... Desisto.”

  Aria perdeu a paciência.

  “O que foi?”

  “Nada!”

  Ela quase gritou comigo. Tanto faz, vou continuar meus experimentos. E se eu… tenta solidificar a mana?

  Manipulei a mana para que se condensasse e adquirisse a forma de uma espada de metal. E consegui.

  “Muito conveniente.”

  “Realmente, você tem mana infinita por acaso?!”

  “Como assim? Você perde mana quando transforma ela em algo além de mana?”

  Aria suspirou.

  “Quanto mais complexo é aquilo que você vai transformar a mana, mais mana escapar do seu controle. Além disso, é muito difícil controlar mana ao estado original depois que você transformou ela em algo, principalmente em materiais sólidos.”

  “Entendo.”

  Cada dia aprendendo mais!

  ***

  Aria Virelai.

  Monstro; esta é a única palavra que me veio à mente para definir Riley Yuki; ninguém, até mesmo entre os Rute, tal habilidade é possuída apenas pelos membros da elite, e nem eles conseguem manipular de forma t?o hábil na primeira vez.

  Será que ele também é um reencarnado?!

  Provavelmente, ele é igual a mim, e já reencarnou neste mundo, viveu aqui e já tem experiência em manipula??o de mana. Mesmo que este n?o seja o cenário exato, no mínimo, ele veio de outro mundo.

  N?o faz nenhum sentido que uma capivara tenha habilidades como leitura de mentes e um controle t?o hábil de mana logo no primeiro contato. Ou… ele já sabia mana antes e só revelou agora? Ele desconfiava que eu podia atacar ele? Por mais que eu o despreze, eu ainda preciso dele. Além do mais, ele leu minha mente e sabe que eu n?o iria atacar ele. N?o faz sentido ele esconder que sabe usar mana, a n?o ser que… a habilidade de leitura de mentes tenha mais limites do que apenas resumir os pensamentos e memórias.

  E se a habilidade n?o funcionar todas as vezes, ou ele n?o consegui controlar ela direito? Sendo assim, há horários no qual a habilidade dele funciona, e horários onde n?o?

  Devo testar…? Se ele pode ler meus pensamentos, por que n?o responde minhas dúvidas agora?

  N?o; é muito arriscado. Por mais que eu esteja questionando isso agora e ele provavelmente esteja ouvindo, ele é uma pessoa ir?nica; muitas vezes brinca comigo para teoricamente me por no meu devido lugar (segundo a mente dele. Enfim, sou superior). Pode ser que eu ainda esteja sendo testada.

  As pessoas n?o falam quando testam você, simplesmente testam. Todos as pessoas testam todos as pessoas. Isso é biológico. Por isso, é bom ter cautela… Espere…

  Há um porém; se ele leu meus pensamentos agora, significa que ele n?o quer uma rela??o de confian?a; apenas de confian?a o suficiente para cooperar, ou seja, na minha competência e se eu irei trai-lo ou n?o, todavia, é muito suspeito ele ter revelado limita??es das habilidades psíquicas dele.

  Seria este um teste de confian?a, ou de fato as habilidades de leitura de mentes dele tem muitas limita??es e por isso ele precisou falar elas para n?o ser enganado em momentos críticos?

  Se ele falasse limita??es das habilidades, sendo falsas ou n?o, ainda teria muito a ganhar; se as limita??es fossem falsas, n?o seriam totalmente mentiras, e sim meias verdades, pois ele n?o precisaria falar tais limita??es para mim caso n?o as tivessem, mesmo que em poucas quantidade, e ainda serviria como um teste de confian?a; e acima de tudo, eu o subestimaria, o que poderia ser benéfico para ele em futuras situa??es, pois n?o saberia os limites de sua habilidade.

  Se for verdade, ent?o ele realmente foi sincero e precisa de mim. Todavia, ainda há outro cenário: e se ele tem muito mais limita??es do que as que citou, e por isso precisou desesperadamente falar elas de um modo que parecessem menos limitantes, mas ao mesmo tempo, fracas o suficiente para que eu tenha medo de trai-lo?

  Claro, também há a possibilidade dele está fazendo isso por outra divers?o. N?o sei como funciona a mente de um monstro; é possível que ele já tenha pegado toda a informa??o que precisa sobre mana e apenas está brincando comigo, mas ainda sim, é possível.

  Ou ele está brincando comigo e as suas limita??es s?o falsas, ou as suas limita??es s?o meias verdades e isso seja um teste, ou suas limita??es s?o muito mais complicadas do que ele apresentou, e por isso teve que apresentar limita??es que n?o fosse fracas, nem muito fortes, para que tenha como explicar as vezes em que sua habilidade falhar, e continuar tendo credibilidade.

  N?o tem uma maneira precisa de eu saber. E provavelmente, nunca terá. A única certeza que eu tenho é que devo assumir o cargo de professora dele.

  Bom, uma pseudo professora; vou ensinar ele apenas o suficiente para ele aprender a base, mas ainda continuar dependente de mim.

  O resto do dia foi tranquilo; com a chegada da noite, fomos dormir.