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OS ANJOS DA GUARDA

  Dentro da escurid?o sufocante que oprime e grita que n?o há salva??o sempre há uma réstia de luz. Apenas a quest?o de aceitar e acreditar que ela está lá...

  - Que bom, que bom! – Bra?oDePedra sorriu passando os olhos por Allenda, que cuidava de Uivo em seu cora??o. – Ent?o, meus amigos, aqui a pacifica??o do dem?nio ou o seu levante violento, se algo acontecer à menina. – pensou consigo. Com um olhar mostrou a menina para RoupaSuja, e viu que ele entendeu a importancia dela para o amigo.

  RoupaSuja atingiu duramente um dos mortos que bloqueava a comitiva enquanto paralisava um colorido que procurava barrar seu caminho.

  O fantasma gemeu violentamente com o ataque sofrido.

  Sem diminuir a velocidade Bra?oDePedra tirou a espada curta e passou-a no pesco?o do colorido que havia paralisado, para surpresa da m?e-da-mata, que o olhava com admira??o e confus?o. Num salto e num giro veloz retalhou dois mantas que vinham contra eles.

  - Os thianahus est?o aqui – gritou Adanu em um apressado aviso. – Est?o vindo pela floresta e querem nos empurrar novamente para os mortos. Eles est?o se aproveitando dos dem?nios para trabalhar a nossa destrui??o.

  - Eles est?o vindo de dentro da floresta como uma parede na beira para nos impedir de escapar da a??o dos fantasmas – DenteDeAlho gritou em alerta.

  Apressadas, Itanauara e Allenda se adiantaram para junto de Bra?oDePedra. Com for?a foram avan?ando irresistíveis, empurrando e destro?ando os coloridos, abrindo espa?o para a comitiva passar.

  Bra?oDePedra sorriu ao ver Uivo se virar e procurar a menina e logo sorrir tranquilizado, mesmo como dem?nio, ao ver que ela estava com eles.

  Mas outros coloridos e alguns mantas surgiram e, com violência e arrogancia, foram obtendo algum sucesso em empurrá-los novamente para perto de onde a batalha com os fantasmas se desenrolava.

  - Allenda, bruxinha... – Adanu gritou o aviso para eles ao ver um fantasma poderoso crescer por aqueles lados, após ter destruído um manta e alguns coloridos.

  Allenda fez sinal de que tinha percebido a aproxima??o do inimigo. Com um sorriso olhou para o pai, os olhos calmos e tranquilos.

  Adanu suspirou aliviado ao ver Allenda e Trília se inflamando e atirando uma sequência de flechas no fantasma.

  Túnis rapidamente se aproximou delas totalmente poderado como um grande anaquera, tomado de ódio. Ao seu lado, como uma tocha viva, protegida por uma aura azulada, Canvas se formou, os dois desferindo golpes e impedindo que os fantasmas se fechassem sobre eles.

  Porém, de surpresa, dois fantasmas surgiram ao lado, atingindo Canvas e Túnis como um malho, lan?ando-os para longe, onde ficaram como desacordados, se mexendo como se estivessem em agonia.

  Por alguns segundos, mais que suficientes, Trília se perdeu na contempla??o de sua família, o cora??o batendo dolorido, procurando ver se ainda estavam vivos.

  Apesar do grito de alerta de Allenda, quando se voltou para encarar o fantasma já era tarde demais. Conjurando um poder de pura luz sustentou por poucos segundos o golpe dele, que desceu reto sobre sua cabe?a.

  Allenda, tomada de urgência, saltou toda incendiada. O fantasma se virou para encará-la, do que se aproveitou Trília para girar e escapar dele, porque seu poder estava em muito diminuído. O pontapé a pegou de rasp?o, mas foi o suficiente para lan?á-la para longe, caindo ao lado de Itanauara, que tratou de puxá-la para o meio dos outros.

  Ybynété tirou os olhos da jovem bruxa de fogo e procurou por Allenda, vendo preocupado que o fantasma, com um passar vigoroso de m?o, a pegara e a lan?ara com violência no ch?o, perto de seus pés.

  Allenda, bravamente, se p?s de pé, apesar da dor que sentia se irradiar por todo o seu corpo.

  O golpe a pegou de lado, empurrando-a com brutalidade novamente contra o solo. Allenda gemeu, sentindo que ali seria seu último momento. Segurando a dor ergueu o corpo sobre o cotovelo, encarando com desprezo o fantasma que iria destruí-la.

  Como se de muito longe ouviu seu pai tentando se aproximar, gritando que tinham que tirá-la de lá, porque os mortos sabiam que através dela podiam atingir Uivo.

  O golpe desceu, trazendo consigo uma sombra que fez a luz se ir. Um grito ecoou, mas n?o era o seu. Confusa, nem mesmo sentiu a dor denunciada ou a paz que se dizia viria com a morte.

  Desemba?ando os olhos os focou, e o que viu a deixou confusa. Havia uma neblina espessa e grossa se revolvendo e pulsando com violência à sua volta. Tentou se levantar, mas a dor e o peso do ar a impediram.

  Foi ent?o que entendeu: for a Uivo que mergulhara entre ela e o fantasma e se fazia como uma concha protetora, dando ferrado combate ao fantasma.

  Ent?o, como uma explos?o, ele a deixou, levando consigo o fantasma. A luz ambarina da floresta voltou, bem como os sons e os cheiros.

  Adanu estocou a flecha de fogo no olho do último manta, que tremeu e se enrolou no ar com violência. Apressado recuou um passo e atirou mais duas flechas de fogo nele, conferindo que ele caia bem à direita.

  - Filha, à sua direita – gritou Adanu tomado de urgência e horror, vendo dois grandes mantas se dirigindo apressados e destruidores para cima de Allenda.

  Adanu, Trília e Itanauara fizeram zunir as flechas, que nada fizeram contra os dem?nios. Allenda pegou sua adaga, a respira??o entrecortada, se virando para encarar os dem?nios.

  Quando um dos dem?nios estava quase ao seu alcance Allenda adiantou a adaga, e sentiu como algo frio envolvendo seu pulso.

  Levantou os olhos e viu aquela massa de neblina se elevando bem devagar, que reconheceu ser a juguena, levando consigo os dois mantas, que guinchavam tomados de revolta.

  Allenda se voltou no momento exato de aparar o golpe do colorido. Com a respira??o difícil estocou a perna do sujeito, que urrou de dor enquanto a faca se tomava de chamas.

  Allenda sentiu que ficava zonza e que n?o ia aguentar mais tempo. Ent?o o colorido caiu de joelhos à sua frente, os olhos maldosos presos nos seus.

  Quando ele caiu Ybynété, carregando Tenebe, o chutou para longe, abrindo passagem para a comitiva que cercou Allenda.

  - Venham, depressa – Itanauara gritou apressada, virando-se para a direita.

  Canvas, tomada de urgência, elevou sua energia e fritou um colorido que se interpunha entre eles e a comitiva.

  Túnis, com o punho tomado de diminutas faíscas roxas, atingiu um colorido, rasgando todo o seu lado direito e fazendo-o gritar e tombar para longe.

  - Acho que n?o tem mais coloridos, nem mantas – falou Canvas assim que se juntaram à comitiva, a fala entrecortada, a respira??o difícil.

  - Mas ainda tem alguns dem?nios junto com os fantasmas – apontou Túnis, os olhos vasculhando ao redor com rapidez.

  - Olhem aquilo – gritou DenteDeAlho, apontando para a batalha que se desenrolava além da orla da floresta, para dentro da campina.

  A comitiva se voltou, e o que viu a deixou confusa e maravilhada: faíscas brancas como relampagos desciam e sumiam com os fantasmas, que gritavam raivosos antes de serem levados.

  A batalha estava dura. Bra?oDePedra, LuaEscura, RoupaSuja e Uivo se esfor?avam em conter os fantasmas, porque n?o conseguiam destruí-los. A comitiva seguia todos os movimentos, todos os embates, e se preocupou com os seus.

  - S?o anjos, s?o anjos – Adanu gritou eufórico, tomado de vida, apontou para as faíscas brancas.

  - Vamos ter que voltar e ajudá-los – falou Ybytu, os olhos pregados na batalha.

  - N?o podemos deixar eles sozinhos lá – gritou Túnis em concordancia, se preparando para avan?ar até onde a batalha se desenrolava.

  - N?o, n?o devemos, n?o podemos – Adanu gritou apressado. - Essa guerra é muito maior que nós – suspirou, a respira??o difícil. – E, além disso, os anjos chegaram. Eles ficar?o bem – tranquilizou.

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  Com dificuldade Allenda se levantou e examinou o que acontecia.

  - Que vis?o – saboreou se recompondo.

  - Nunca tinha visto algo assim... – falou Itanauara como que hipnotizada. – S?o anjos que chegam, e eles est?o levando embora os fantasmas e os dem?nios – informou.

  Canvas, Túnis e Ybytu, os mais dispostos a entrar na batalha, se entreolharam, e viram que os outros estavam com a raz?o. Havia um poder bem maior ali, e a intromiss?o deles poderia ser a ruína dos que se batiam com os dem?nios e fantasmas.

  Ent?o, como se fosse um acordo, acalmaram seus animos e se deram ao luxo de também serem observadores.

  Allenda prestou mais aten??o e viu que, um a um, os fantasmas estavam sendo retirados, e logo muito poucos fantasmas restavam.

  - Os dem?nios n?o s?o páreos para os anjos – Ybynété falou como um sopro, maravilhado ao ver um anjo apenas passar e desfazer um manta, num gesto simples e despretensioso. Sorriu, assim que confirmou que os outros dem?nios rapidamente se elevaram e partiram, deixando os fantasmas sozinhos.

  Por fim viram que sobraram apenas cinco fantasmas no campo de batalha. Um deles voou num golpe seco, atingindo dois anjos que subiam com um companheiro seu. Os quatro caíram no solo. Os dois fantasmas se refizeram rapidamente e caíram sobre os dois anjos. Um dos anjos conseguiu se safar, mas o outro ficou aprisionado. Os golpes violentos se sucediam, e ele mostrava sinais de que n?o iria aguentar muito.

  Algo passou rápido perto da comitiva e atingiu os dois agressores. O anjo, ao se ver livre dos agressores pelo ser de pluma, com dificuldade al?ou voo e se perdeu além da copa das árvores.

  - Uivo, onde está Uivo? - Allenda gritou.

  - Está lá - DenteDeAlho apontou para a direita, onde se desenvolvia uma batalha feroz de um morto com um dem?nio.

  Itanauara viu o momento em que os dois fantasmas subjugaram o ser de plumas. A violência dos golpes era impressionante. O ellos que viera com o ser de plumas correu para o seu lado. Mas, antes mesmo que pudesse fazer algo, um dos agressores o viu e o atacou. Ele simplesmente parou, segurando o lado esquerdo do corpo.

  Tomada de fogo e vento a comitiva acorreu para o seu lado e o tirou de lá.

  - Ela o está ajudando – Ybytu gritou, apontando para a luta do ser de plumas com os dois fantasmas.

  Quando se voltaram viram que a juguena tomava um dos fantasmas e o empurrava com uma terrível brutalidade contra as pedras.

  - Se preparem – Adanu gritou se poderando com dificuldade, vendo um fantasma girar e se fixar na comitiva.

  Ent?o mais anjos desceram e impediram que o fantasma atacasse a comitiva, e ele simplesmente foi levado, como também o que se atracava com Uivo que, assim que se viu livre do ataque, desabou suave, se despoderando lentamente.

  Mas, ao ver que o ser de plumas continuava sob ataque, Uivo se levantou e depressa se poderou novamente, puma e dem?nio se lan?ando contra o fantasma.

  Sob o olhar espantado de todos viram um sorriso estranho se desenhar na face morta de um fantasma que desceu de súbito entre Uivo e seu companheiro que continuava se batendo com o ser de plumas.

  O golpe foi brutal. O fantasma e Uivo se chocaram contra o solo, criando um rasgo na terra onde as plantas logo murcharam e morreram.

  Todos viram o momento em que o fantasma se virou e cravou variadas farpas nos lados de Uivo. Uivo gritou de dor e seus bra?os penderam.

  DenteDeAlho e Trília fizeram men??o de correr para junto da batalha, quando Adanu segurou um bra?o de cada um deles.

  - N?o v?o! Nessa luta n?o temos como intervir. Vocês ser?o destruídos por qualquer um dos dois se se aproximar... Vejam, é um dem?nio e um anjo enlouquecido que lutam, e n?o temos poder suficiente para interferir.

  - Mas conseguimos recuperar esse estranho ellos... – gritou Túnis indignado.

  - Conseguimos porque ele n?o era importante para o fantasma.

  Allenda, tomada de fúria, se envolveu completamente em chamas.

  - Mas eu preciso ir. é o Uivo que está lá, e está muito enfraquecido - Allenda gritou.

  Cheio de poder, DenteDeAlho e Trília também se incandesceram. Num arranco DenteDeAlho se soltou de Adanu.

  - Está certo, ent?o. Vocês, fiquem e protejam os feridos. Vamos – Adanu gritou a ordem.

  Sem perda de tempo Allenda, Adanu, Trília, Túnis e Ybynété correram junto com DenteDeAlho.

  DenteDeAlho foi o primeiro a chegar, forte, tomado de chamas vivas. Porém, assim que se aproximou o suficiente, o fantasma se virou e o parou em pleno ar.

  Apavorados com a sorte do amigo os outros cinco, como um todo, atacaram desesperadamente. Porém, o fantasma parecia ignorar o ataque, concentrado que estava em Uivo e em DenteDeAlho.

  Foi nesse momento, vendo que a aten??o do fantasma sobre si havia diminuído, que Uivo se tornou mais denso e, num golpe terrível, atingiu o fantasma. O fantasma e sua presa caíram no solo, atordoados.

  Uivo se levantou com dificuldade, totalmente cinza e tomado de escura neblina. O fantasma se ergueu e lan?ou longe o trapo que se tornara DenteDeAlho, que caiu perto de Ybynété. Depressa o grupo se afastou para um lado, se poderando na espera do ataque do fantasma, e até mesmo do dem?nio que se tornara Uivo, tal a fúria de que o viam tomado.

  Allenda, Trília, Túnis, Adanu e Ybynété, que cuidava de DenteDeAlho, recuaram para os lados da comitiva, vendo que pouco podiam fazer contra inimigos como aqueles.

  A comitiva se virou para o lado, e o que viram os encheu de temor.

  LuaEscura estava de pé, segurando um fantasma que parecia um trapo. E, fazendo-lhe frente estava um anjo, que mostrava nitidamente sua vontade de levar o fantasma embora.

  Allenda a viu se virar e olhar diretamente em seus olhos. Ent?o a viu virar-se para Uivo. Com um movimento simples e indiferente atirou o fantasma sobre o anjo, que al?ou voo e o levou embora.

  Como se fosse um pensamento logo a juguena estava à frente da comitiva, de onde ficou apenas acompanhando a luta de Uivo.

  Uivo se ergueu, vendo a aten??o do fantasma para os lados da comitiva.

  Num salto Uivo caiu sobre o fantasma, impedindo que fosse contra a comitiva.

  A neblina de que era feito se adensou mais e envolveu completamente os dois. E ela girava e se retorcia numa massa violenta e confusa como uma serpente enlouquecida.

  - Ser?o dois contra Uivo – Canvas gritou, vendo que o fantasma que se batera com o ser de plumas se levantava sobre uma forma desacordada.

  N?o houve tempo para qualquer tentativa de bloquear o caminho do fantasma. Com uma velocidade impossível o outro fantasma se juntou ao primeiro, passando ambos a atacar Uivo com violência e terrível brutalidade. A massa escura pareceu se adensar mais e se revolver com fúria.

  Sob os olhares assustados da comitiva, de súbito a massa se desfez e Uivo caiu.

  Um dos fantasmas se separou e se postou acima de Uivo e do seu companheiro, que flutuava centímetros acima de Uivo, garras longas enfiadas no corpo dele, que mostrava sinais de intensa agonia.

  - A sua luta contra você mesmo o enfraquece... - riu o fantasma que mantinha Uivo em suas farpas.

  - Ele está sugando a energia de Uivo – gritou Allenda se incandescendo, bem como Adanu, Canvas e Trília.

  - LuaEscura, por favor – Allenda pediu.

  - Dê-lhe um tempo. é a luta dele, Allenda. Ele precisa dela – falou, mantendo os dois sob aten??o.

  - Por favor... – pediu desesperada.

  - Fico aqui protegendo algo que ele preza mais que a própria vida. Se ele perder o que protejo, ele se perde. E é isso que os fantasmas est?o esperando, que est?o desejando – falou.

  Adanu voltou os olhos para LuaEscura, e viu toda a verdade ali. Com carinho segurou o bra?o de Allenda.

  - Ela está certa, filha. Enquanto você estiver bem ele tem alguma chance.

  - Ele n?o está preparado para te perder, menina – falou Canvas, o fogo se revolvendo com línguas à sua volta.

  Ybynété, tomado de urgência, pegou uma rocha e a lan?ou contra o fantasma que estava sobre Uivo, porque ao sugar a energia dele, ele se tornara mais denso.

  O fantasma apenas se abaixou sobre Uivo, a rocha passando alguns milímetros sobre ele e caindo sobre a floresta, quebrando inúmeras árvores com lúgubre violência. Sobre Uivo os dois fantasmas se viraram e olharam a comitiva. O que mantinha Uivo aprisionado esgar?ou um sorriso de satisfa??o e desafio, aumentando a press?o sobre Uivo, que gemeu alto.

  Sem tirar os olhos de Allenda, repentinamente ele libertou Uivo.

  Como um trapo Uivo caiu lentamente no solo, se contorcendo debilmente em dores. Todos viram seu esfor?o para tentar reagir, se levantar, mas ele estava ferido demais. Pesado, Uivo desabou novamente no solo, totalmente despoderado, o rosto virado para eles, os olhos num pedido mudo de desculpas.

  A comitiva se desesperou de ódio e come?ou um tímido avan?o contra os fantasmas que, em pé, observavam a comitiva com desprezo e deboche.

  Porém, nem bem haviam dado alguns passos, todos foram submetidos com brutalidade. Num pequeno arco arfavam, a dor invadindo suas mentes, destruindo sádica e lentamente seus corpos.

  Adanu se virou para trás, procurando a juguena. O sorriso que vinha ao rosto ao pensar que ela poderia ajudá-los se foi, ao ver que ela estava sendo impedida de ajudar.

  Adanu viu o momento em que duas fagulhas cintilaram ao seu lado, e logo ela estava presa contra a face do monte, subjugada por anjos, que n?o permitiam que se movesse. Horrorizado, Adanu se voltou novamente para Uivo, se perguntando qual seria a inten??o dos anjos, que impediam a juguena de ajudá-los.

  Allenda, vendo a juguena quase adormecida pelo poder dos anjos, sorriu debilmente para Uivo que havia conseguido se levantar e que, como um bêbado, cambaleava contra os fantasmas.

  Surpreso, um dos fantasmas se virou no momento em que foi atingido pelo ser de plumas, que o esmagou contra o solo. A violência do golpe vergou as árvores em volta e lan?ou para os lados Uivo e a comitiva, agora libertos da for?a do fantasma. O ser de plumas, tomado de fúria, aplicou mais golpes, t?o poderosos que faziam a terra tremer.

  O fantasma se ergueu com dificuldade, dando combate ao ser de plumas. A luta estava terrível.

  O ar incandesceu, incinerando as árvores destro?adas mais próximas.

  Allenda, enquanto arrastava Adanu para mais longe da batalha, virou-se e quase se desesperou ao ver que os dois fantasmas agora atacavam o ser de plumas.

  Ybynété, após pegar Itanauara desacordada, correu para Uivo, que também levou para junto dos outros.

  Ybynété, vendo a determina??o dos anjos que mantinham LuaEscura presa contra a face do morro, se aproximou com cuidado.

  - Por favor... Deixem-na conosco – pediu, as m?os estendidas apontadas gentilmente para ela. – Ela é nossa amiga.

  Os anjos, como se confabulassem entre si, se entreolharam. Ent?o a deixaram cair enquanto, com um lampejo, passaram pelos que combatiam e, tomando um dos fantasmas, sumiram e o levaram embora, deixando apenas um deles, o mais forte e violento, para trás.

  Ybynété se aproximou da juguena, vendo que a neblina de que ela era feita parecia apenas uma penugem, frágil e quase estática. Com carinho Ybynété a tomou e a levou para o meio dos outros, que a cercaram com cuidados.

  Se mantendo bem ao lado de Uivo, Allenda se voltou para a batalha dos dois seres. O fantasma deu várias estocadas no ser de plumas, que revidava, cada vez mais debilmente.

  Com alívio Allenda viu quando um anjo caiu ao lado dos dois seres que batalhavam, estremecendo a terra com a pancada da descida.

  O fantasma soltou sua presa e se virou para o anjo.

  Maravilhados viram quando o anjo esticou suas asas e, bem devagar, a fechou às costas. Suavemente se abaixou e tomou terra em cada m?o, que lan?ou ao seu lado.

  Como mágica a poeira ficou suspensa e brilhante, estática, pulsando quase imperceptivelmente. O fantasma avan?ou contra o anjo. Quando bem próximo o anjo mexeu com as m?os e uma cortina brilhante se levantou. Ela girou suave, se encorpando rapidamente. O barulho suave do ar cresceu rapidamente, tornando-se como um grito raivoso e contínuo. O anjo mexeu quase imperceptivelmente com a m?o. Como um relampago, o turbilh?o disparou contra o fantasma e o prendeu. O fantasma gritou indignado, tomado de ódio.

  O anjo olhou para a comitiva enquanto desfraldava as longas asas brancas. Com um cumprimento se elevou alguns centímetros do solo. Num impulso simples e poderoso das asas tomou o fantasma e desapareceu.

  Tudo se aquietou. Allenda e os seus suspiraram aliviados, incrédulos se haviam realmente escapado daqueles terríveis inimigos.

  Havia paz novamente.

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